“A todos peço, com o coração nas mãos: ajudemos o Sudão do Sul, não deixemos sozinha a sua população, que tanto sofreu e continua a sofrer!”, pediu o papa Francisco no encontro com os deslocados internos do Sudão do Sul.

Na tarde de hoje (4), o papa Francisco se reuniu com os deslocados internos do Sudão do Sul, pessoas que, devido à situação devastadora causada pela guerra e pelos desastres naturais, foram obrigadas a deixar suas casas.

O encontro aconteceu na chamada “Freedom hall”, onde diferentes refugiados contaram seus testemunhos ao papa Francisco e fizeram algumas perguntas sobre o motivo de sua situação.

Francisco lamentou que “neste martirizado país, ser desalojado ou refugiado tornou-se uma experiência habitual e coletiva, por isso voltou a pedir o "fim de todos os conflitos" e que "se retome seriamente o processo de paz, para que acabem as violências e o povo possa voltar a viver dignamente".

Reiterou a urgência da paz e da justiça e disse que "não podemos esperar mais" para mudar esta situação.

Francisco se lembrou dos “pelo menos com quatro milhões de filhos desta terra desalojados, com a insegurança alimentar e desnutrição que afetam dois terços da população”.

O papa defendeu que “as mães: as mulheres são a chave para transformar o país”.

“Se lhes forem concedidas as justas oportunidades, elas, com a sua laboriosidade e destreza para guardar a vida, terão a capacidade de mudar a fisionomia do Sudão do Sul, de lhe dar um desenvolvimento sereno e coeso”, disse ele.

“Que a mulher seja protegida, respeitada, valorizada e honrada. Por favor, protegei, respeitai, valorizai e honrai toda a mulher, menina, adolescente, jovem, adulta, mãe, avó. Sem isso, não haverá futuro”, pediu o papa.

O papa elogiou a esperança e o “coração cheio de fé” dos deslocados, que para ele são “a semente de um novo Sudão do Sul”.

"No Sudão do Sul, -disse o papa- os jovens crescem aprendendo com as histórias dos idosos e, se a narrativa dos últimos anos aparece caraterizada pela violência, é possível – aliás, é necessário – inaugurar, a partir de vós, uma nova: uma nova narrativa do encontro”.

O papa também exortou a que “se os conflitos, as violências e os ódios arrancaram das primeiras páginas de vida desta República as memórias boas, sede vós a escrever de novo a sua história de paz”.

O papa agradeceu aos missionários, às organizações humanitárias e internacionais e às Nações Unidas “pelo grande trabalho que realizam”.

Para o papa Francisco, também é importante “acompanhar a população na via do desenvolvimento, por exemplo ajudando-a a aprender técnicas atualizadas de agricultura e pecuária, de modo a facilitar um crescimento mais autônomo”.

“Para terminar, desejo dirigir um pensamento aos muitos refugiados sul-sudaneses que se encontram fora do país e a quantos não conseguem reentrar porque o seu território foi ocupado”, disse o papa.

“Estou solidário com eles e espero que possam voltar a ser protagonistas do futuro da sua terra, contribuindo para o seu desenvolvimento de modo construtivo e pacífico”, concluiu.

O papa Francisco deu uma bênção especial às crianças do Sudão do Sul e pediu que, com ela, “chegue até vós a bênção de tantos irmãos e irmãs cristãos no mundo, que vos abraçam e encorajam, sabendo que em vós, na vossa fé, na vossa força interior, nos vossos sonhos de paz, resplandece toda a beleza do ser humano”.

Confira também:

Mais em